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Viva os homens!

  • Foto do escritor: Simone Demolinari
    Simone Demolinari
  • 13 de jul. de 2017
  • 2 min de leitura

Muitos não sabem, mas assim como as mulheres, os homens também tem um dia para chamar de seu. Sim, no próximo sábado, é comemorado o dia do homem. Talvez pelo pouco tempo de implantação e um fraco apelo comercial, esta data ainda é pouco conhecida e comemorada.

A proposta teve apoio da ONU e nasceu com o objetivo de lutar por duas grandes causas: reforçar os cuidados com a saúde deles e melhorar a igualdade entre os gêneros. As causas se justificam. É sabido que os homens vivem em média cinco anos a menos que as mulheres. Uma vez que a fisiologia não explica essa diferença, fica evidente um descuido com a saúde.

Pela dificuldade em pedir ajuda ou falar abertamente sobre problemas, os homens procuram menos os médicos. Alem disso, pesquisas mostraram que eles costumam escolher profissionais do mesmo sexo para a consulta, o que dá a entender uma dificuldade em mostrar fragilidade à mulher e isso pode explicar a segunda bandeira que a data defende: a igualdade dos gêneros.

Parece estranho homens lutando por “direitos iguais, já que geralmente essa luta parte das mulheres. Mas tanto homens, quanto mulheres sofrem por desigualdade. Segundo a cultura machista praticamente não é dada opção a eles de chorar, de falir, de broxar, de beijar um amigo no rosto, de dividir a cama com um amigo, de ser afetuoso, frágil, sentir medo. Coisas absolutamente comuns ao universo feminino.

Outra questão imposta para eles é a iniciação sexual. Num passado recente os pais levavam os filhos à casas de prostituição para perderem a virgindade. Um rito de passagem praticamente imposto, independente do menino se sentir confortável ou não. Alias, isso é outra questão que muito oprime os homens: eles tem que estar sempre prontos para o sexo, sob pena de serem chamados de gays. Toda essa pressão talvez posa explicar o crescente número de homens com disfunção erétil.

A criação dos meninos regida sob o mantra “seja homem” não deixa eles desenvolverem o lado terno, sensível e doce. Mas isso não significa que essas emoções não existam, e sim que elas são duramente repreendidas. Eles são criados para “suportar tudo”, mas nem sempre suportam. Um estudo recente apontou que 78,1% dos suicídios são cometidos por homens.

O padrão de masculinidade ficou tão alto que muitos homens são tomados pelos sentimentos de inferioridade e acabam seguindo por dois caminhos: uns aceitam que não conseguem viver tantas imposições, abandonam o papel de “super homem” e assume suas fragilidades.

Estes são reconhecidos como “homem de alma feminina” e costumam ser ótimos filhos, pais e pares afetivos; já os outros, impossibilitados de se despirem do padrão programado, viram “machões”, sem a sensibilidade desenvolvida, tornam-se narcisistas amando a si próprios. Na hora de escolher entre os dois caminhos, a maioria opta pelo segundo, continuando preso ao condicionamento.

O machismo é muita vezes visto como privilégio, mas sob a ótica emocional, mais oprime que dá vantagens.

 
 
 

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Psicoterapeuta com formação em Psicanálise Clínica e Mestrado com linha de pesquisa em Anomalia Comportamental pelo ISCTE / Fundação Getulio Vargas.
Articulista do Jornal Hoje em Dia e Revista Exclusive.
Desde 2010 está no ar diariamente na rádio 102,9 FM; e desde 2014 semanalmente na 98 FM falando sobre comportamento.

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